O dia D está a poucas semanas nos esperando nas urnas e as tropas estão à espreita do golpe
De um lado, manifestos pela democracia são, como foto, um registro histórico no qual as ausências escandalizam mais. De outro lado, como parte do filme do golpe em curso, expõem com nitidez cinematográfica os movimentos das tropas anti e pró-democracia. O dia D está a poucas semanas nos esperando nas urnas e as tropas se colocam na praia à espreita do golpe, que será tentado —disso já sabemos, porque já está a ser televisionado.
É digno de nota que os dois manifestos pela democracia —iniciativas louváveis, aliás— ora em circulação advenham justamente de duas das classes, a jurídica e a empresarial, que sustentam o bolsonarismo. A eficácia destes manifestos é diretamente proporcional ao poder de seus signatários de frear avanços golpistas entre os seus próprios campos: quando o bolsonarismo acenar com regalias, poderemos controlar os mercenários entre nós?
Enquanto juristas endossam a defesa da democracia, a Procuradoria-Geral da República apaga, com o sangue dos milhares de brasileiros que não teriam sido mortos se a estratégia presidencial não fosse deixar contaminar, o “R” de sua sigla ao blindar o campo político —para ela inimputável— do jurídico, inútil quando se trata do presidente. Enquanto a Febraban e a Fiesp confirmam suas assinaturas, fica a pergunta se quem vai pagar o pato da árdua reconstrução democrática será o setor bancário, hoje um monopólio; os mais ricos, hoje pouco tributados; ou os mais pobres, hoje desnutridos.
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