Procuradora do Estado de São Paulo, Margarete Gonçalves Pedroso que também é conselheira do Conselho Estadual da Condição Feminina, Coordenadora do Núcleo de Acompanhamento Legislativo da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP, Membro da Comissão da Advocacia Pública da OAB/SP, membro da Rede Feminista de Juristas – DEFEMD, graduada em Direito pela Universidade Mackenzie e especialista em Direito do Estado pela Escola Superior da Procuradoria Geral do Estado apontou, em entrevista ao Redação Brasil, o grande aumento nos número de casos de violência doméstica durante o período de isolamento social decorrente da pandemia Coronavírus.
“Para vocês terem uma ideia, enquanto eu estiver falando, uma mulher estará sendo espancada. Isto porque os dados nos mostram que uma mulher é agredida a cada dois minutos no Brasil. Este número se agravou em decorrência do isolamento família por causa do coronavírus. Estes dados aumentaram em 50% nas últimas semanas. Tudo isso é perfeitamente explicável na medida que, sabemos, segundo pesquisas do Fórum Nacional de Segurança Pública que, 42% das mulheres que sofrem violência são vítimas dentro de suas próprias casas, e quase 80% dos agressores de mulheres no Brasil são pessoas conhecidas”. Informou a procuradora.
Segundo a Dr. Margarete, em sua maioria, os agressores são pessoas do convívio familiar desta mulher, por isso durante o período de convívio familiar intensificado em decorrência da atual situação que vivenciamos, as vítimas ficam ainda mais expostas aos seus agressores.
A solução, segundo ela, é o rompimento do silêncio por parte das vítimas.
“A única solução possível para este problema, para conseguirmos diminuir os números do índice de violência contra as mulheres e de violência doméstica é romper com o silencio e romper com o medo. Portanto, é muito importante que conscientizemos as mulheres, que são vítimas de violência, a denunciarem dentro das delegacias das mulheres, das casas das mulheres brasileiras, ou nos centros de referências das mulheres, ou ainda, com a possibilidade de usar o disque 180 que é o canal de denuncias muito importante e seguro”.
A conselheira ressalta que, não somente as vítimas precisam romper com o silêncio, mas toda a sociedade necessita se comprometer a romper com a cultura da omissão e ter a iniciativa de denunciar os abusos para que “se consiga diminuir a epidemia que é a violência contra a mulher”.
Ouça a entrevista completa a seguir.
Reportagem publicada originalmente no Blog do “Redação Brasil” FM 107,7.
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