“Ninguém sabe onde esses homens deixam seu coração – posto que o tenham –, mas sem dúvida depositam-no toda manhã em algum lugar, antes de mergulhar nos problemas que angustiam as famílias.” Assim Honoré de Balzac se refere aos magistrados, em seu livro A Menina dos Olhos de Ouro, no qual descreve as “fisionomias parisienses” e
LEIA MAIS O artigo é dividido em dois blocos. O primeiro deles reconstrói criticamente, ainda que de
modo provisório e aberto, o núcleo duro da gramática moderna da maternidade, ou ainda, recupera
a historicidade acumulada e dissimulada da maternidade, com suas tensões e contradições. No
segundo bloco, a seu passo, propõe-se uma estratégia de aliança que leva a sério o direito fundamental
à licença-paternidade. Uma estratégia de aliança desse tipo, enquanto prática político-constitucional
ressignificante, explicita e intervém na historicidade constitutiva da maternidade e da paternidade. E,
em última instância, desdobra o projeto constituinte de sociedade, subjacente à Constituição de 1988,
porque resgata os potenciais democráticos imanentes à constitucionalização da licença-paternidade.