A mais nova fase da autodenominada Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, com a deflagração de busca em diversos escritórios de advocacia, além de denúncia em face de advogados, segue a longa tradição de ilegalidades e abuso de poder que vem caracterizando a famigerada operação.
A tentativa de criminalização da advocacia, a partir de delação premiada de um dos investigados, revela, mais uma vez, o caráter autoritário e ilegal que marca a atuação do sistema de justiça brasileiro nos últimos anos.
Além disso, a competência para eventual processo e julgamento de questões afetas a esse tema pertence à justiça estadual.
Adicione-se a tudo isso, o fato de que os relatos produzidos pelo delator em relação a indivíduos com foro especial, foram descartados pela Procuradoria-Geral da República.
Chama a atenção, por fim, a realização espetaculosa de busca e apreensão com denúncia já ofertada, com cobertura midiática tantas vezes usada pela Lava Jato, de modo a promover a condenação prévia dos investigados, exemplo típico de pirotecnia processual.
O combate ao crime não prescinde do respeito às formas jurídicas. Os melhores fins não justificam quaisquer meios. O devido processo legal e a presunção da inocência devem sempre prevalecer. Só há legitimidade na persecução penal caso estejam presentes as garantias constitucionais dos investigados e réus.
A criminalização do exercício da advocacia e a estigmatização prévia de acusados são intoleráveis e revelam a degradação da democracia e do Estado de direito. Havendo investigações relacionadas a condutas de advogados, estás devem observar os limites legais e jamais deteriorar a integridade da profissão e de suas prerrogativas.
Sem advocacia livre e respeitada em suas prerrogativas, não pode haver justiça.
Grupo Prerrogativas, 9 de setembro de 2020
1 Comentario
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carlos pereira de souza
09/09/2020, 21:36Prezados, boa noite
ResponderTenho acompanhado os trabalho de vocês.
Causa preocupação a operação deflagrada hoje pela PF no Rio de Janeiro.
Uma das advogadas do Senador FLAVIO BOLSONARO, participou do acôrdo de delação premiada, que originou à operação.
Esta operação LAVA JATO no RIO DE JANEIRO tem que ser contida, e denunciada todas as irregularidades
É claro o viés político da LAVA JATO do RIO.
Pergunto, a quem interessa tudo o que ocorreu hoje no Rio ?
Este MARCELO BRETA está agindo sim com interesses não republicanos
É chegada a hora de colocarmos um ponto final nesta operação LAVA JATO que já se arrasta.