A ABRAT ( Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas), fundada em 1978, quatorze anos após a instalação do Golpe Militar de 1964, tendo como um dos objetivos à época, combater a ditadura instalada no país, participou e participa da história da nação brasileira defendendo os direitos sociais, a democracia e o estado democrático de direito, manifesta-se nessa data de 31 de março de 2020
Na madrugada do dia 31 de março de 1964, o General Olímpio Mourão Filho iniciou a movimentação de tropas de Juiz de Fora/MG em direção ao Rio de Janeiro, em um golpe de estado que derrubou o governo de João Goulart, dando início à ditadura no Brasil e com ela expungiu a democracia, suprimiu direitos constitucionais, instalando a censura, a perseguição política e a repressão aos que eram contrários ao regime militar, que perdurou até 1985.
Foram 21 anos de chumbo.
Um período de violação aos direitos humanos: torturas, assassinatos, escuridão, medo, estupros.
31 de março de 1964 foi a autorização para que torturadores se regozijassem de suas vítimas e transformassem a livre manifestação do pensamento em cheiro de sangue, de desespero, de martírio; foi o ponta pé para que os gritos nas celas escuras, frias e úmidas fossem abafados.
31 de março de 1964 foi a senha para os gozos dos “Ustras” com as carnificinas, os fuzilamentos e o desespero de pais e mães que perderam seus(as) filhos(as) e dos(as) filhos(as) que perderam seus pais e suas mães.
Não se comemora a barbárie.
31 de março é a data em que o Brasil se perdeu nos escombrosda ditadura e que perdeu brasileiros e brasileiras para os coturnos implacáveis, para os choques elétricos, para os paus de arara.
A ABRAT repudia o golpe de 1964 e repudia qualquer comemoração que se destine ao regozijo e deleite daqueles que no afã de novos gozos com o cheiro de sangue e morte, pretendam apagar as memórias e a verdade do período de autoritarismo vivenciado pelo Brasil.
Texto publicado originalmente na ABRAT.
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