Faz tempo que pesquisas mostram que a maioria dos brasileiros reconhece haver racismo no Brasil, mas uma minoria absoluta admite ser racista. É uma conta que não fecha. E que diz muito sobre como os brasileiros se posicionam no debate sobre injustiças raciais: o problema existe, mas eu não tenho nada a ver com isso.
Dois intelectuais e ativistas ligados ao movimento negro —a médica Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, e o jurista Silvio Almeida, colunista da Folha e autor do livro “Racismo Estrutrural”— explicam como todos somos parte da trama do racismo.
Duas pesquisadoras da branquitude e de relações raciais —Lia Vainer Schucman, autora de “Entre o Encardido, o Branco e o Branquíssimo”, e a norte-americana Robin DiAngelo, que escreveu “White Fragility” (fragilidade branca)— contam como surgiu a ideia de raça e de que maneira ela estrutura um sistema de privilégios.
A jornalista e ativista Bianca Santanna fala da experiência que deu título ao livro “Quando me descobri negra”. E trata das dores e violências a que as pessoas negras são submetidas no Brasil Elas estão na origem da canção “Olhos Coloridos”, um hino do orgulho negro interpretado por Sandra de Sá —que conta a história da música.
Apresentado pela jornalista Fernanda Mena e com edição de som de Natália Silva, o Cara Pessoa é uma produção da Folha em parceria com a ONG Conectas sobre os desafios dos direitos humanos na prática. Em dez episódios, publicados nas principais plataformas sempre às sextas, às 9h, o programa vai debater temas como liberdade de expressão e discurso de ódio, racismo e branquitude e desafios à educação.
Publicado na Folha de S.Paulo.
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