Por Juliana Steil
Artista plástica nipo-brasileira faria 110 anos nesta terça-feira (21)
O doodle do Google desta terça-feira (21) traz uma homenagem à Tomie Ohtake, artista plástica nipo-brasileira conhecida como uma das grandes representantes do abstracionismo informal. Neste 21 de novembro, Tomie faria 110 anos.
A artista plástica tem obras espalhadas pelo Brasil que incluem pinturas, gravuras e grandes esculturas. Ela é considerada a “dama das artes plásticas brasileira”. Sua técnica, o abstracionismo informal, consiste na forma de arte que não representa objetos próprios da nossa realidade.
Seu grande destaque se deu, também, com o trabalho com esculturas em grandes dimensões em espaços públicos.
Atualmente, 27 de suas obras são públicas, como os quatro grandes painéis da Estação Consolação do Metrô de São Paulo, a escultura em concreto armado na Avenida 23 de Maio e a pintura em parede cega no centro, na Ladeira da Memória.
Seu legado, porém, não está exposto apenas em pontos da capital — está espalhado por diversas cidades brasileiras. Em Ipatinga (MG), há o Monumento Tomie Ohtake (2004), mesmo nome do monumento instalado em Santos (SP). Há também o Monumento Guaracuí, em Registro (SP).
Suas esculturas são marcadas pelo formato de ondas, usando principalmente cores primárias.
Nascida no Japão, Ohtake chegou ao Brasil em 1936, aos 23 anos, para visitar um irmão. Porém, a situação crítica de sua terra natal por conta da Guerra do Pacífico a impediu de retornar. Assim, ela se estabeleceu com sua família no bairro da Mooca, na capital paulista.
Dona de casa e mãe de dois filhos, Ohtake demorou a entrar para as artes plásticas. Começou a explorar seu lado artístico por volta dos 40 anos e, pouco depois, entrou para o Grupo Seibi, uma associação fundada em 1935 que reunia artistas plásticos japoneses, onde explorou e desenvolveu suas habilidades.
Sucesso nacional e internacional
Sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo aconteceu em 1957. A partir disso, Ohtake fez sucesso no Brasil e no mundo.
Conforme enumerado pelo blog de arte e arquitetura Archtrends Portobello, ao longo de sua trajetória, Ohtake esteve em 20 Bienais Internacionais. Em uma das vezes em que participou da Bienal Internacional de São Paulo, ela recebeu o Prêmio Itamaraty.
Até o fim de sua vida, somou mais de 120 exposições individuais em cidades brasileiras e em grandes metrópoles ao redor do mundo, como Tóquio, Nova York, Milão e Roma, entre outras.
Ela também foi convidada para criar esculturas no Japão para o Museu de Arte Contemporânea de Tóquio e Okinawa e para o Mori Museum, o museu de arte moderna de Tóquio.
Ohtake foi premiada no Salão Nacional de Arte Moderna, em 1960; e em 1988, foi agraciada com a Ordem de Rio Branco pela escultura pública comemorativa dos oitenta anos da imigração japonesa no Brasil, em São Paulo.
A artista morreu no dia 12 de fevereiro de 2015, aos 101 anos, no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.
Publicado originalmente no Valor Econômico.
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