Por Fabio Alexandre Costa
A História está sempre na iminência de uma cíclica repetição, seja em âmbito europeu ou latino-americano, onde a história própria ainda é pouco contextualizada. A ascensão do nazismo na Alemanha das esquerdas fragmentadas, sendo que no Brasil ouso dizer que diante do tamanho diminuto da esquerda, não há o que se falar em fragmentaçaõ da esquerda considerando que eu entendo que diversos partidos políticos que intitulação como sendo de esquerda são meras legendas de aluguel como diversas outras.
Recentemente, em 2019, houveram muitas reflexões sobre o centenário de Weimar, na área acadêmica, o desequilíbrio de uma crise que provocou ascensão do nazismo na Alemanha, sendo que é sempre importante salientar que a nossa Carta Magna teve certa inspiração ideológica na carta alemã.
Com a iminência da pandemia da COVID-19, no princípio de 2020, vimos aumentar no seio de nossa sociedade ainda: Crise, desequilíbrio, desemprego, miséria, desagregação: tudo faz emergir a força extremista que sempre esteve no âmago do governo bolsonarista que simplesmente destrói seus detratores como viu o governador carioca, Wilson Witzel na última semana.
Note-se que, em geral, enquanto a DIREITA aceita a desigualdade enquanto algo natural, é mais darwinista, a EXTREMA-DIREITA, por outro lado, a partir de um pressuposto de supremacia, toma as diferenças ENQUANTO FIM e age, portanto, para exterminar os diferentes, é uma visão de mundo profundamente excludente e voltada a combater os inimigos, que são os taxados ‘diferentes’ (povos, pessoas com orientações políticas diferentes e até etnias categorizadas pela ‘extrema direita’ vistas como inferiores).
Já as esquerdas, que podem ou não ser extremadas nos seus meios, não são, como FINS (em si), excludentes, são mais universalizantes e acham que a desigualdade foi um construto artificial/social, não algo ‘natural’, muito menos algo desejável (para a extrema esquerda a diferença é para ser combatida, para a extrema direita as diferenças são motivos de supremacia e mobilização contra os vistos como diferentes, por isso a aversão às políticas reequilibrantes ou distributivas das mesmas oportunidades sociais).
No entanto, com o acirramento da crise, houve, na decadente República de Weimar, cem anos atrás, o enfraquecimento das esquerdas, e PIOR, diante das fragilidades institucionais todas, Legislativo cooptado, alguns parlamentares ainda se identificaram com o Mein Kampf, Judiciário sufocado pelo Executivo (Hitler foi nomeado, em 33, Chanceler, alavancado pelas forças conservadoras, empresariais e pelo centrão…), os socialistas, AINDA, ficaram mais preocupados e focados em atacar sociais-democratas, ressaltando suas diferenças e intensificando essa fragmentação das esquerdas, do que de fato perceber ‘o perigo’ da irrupção e crescimento do nazismo. Hitler não era levado à sério no começo, foi colocado, como Chanceler, no poder com ressalvas e de uma forma a tentar neutralizá-lo, mas foi costurando, e em 34 virou o jogo – virou Führer, não podemos deixar e muito menos imaginar tal possibilidade em território nacional como sonha e almeja o presidente da República, precisamos construir um projeto de país sólido bem como consolidar novas lideranças nacionais para assumir tal direção. Parafraseando Ciro Gomes, não podemos ter um estagiário na Presidência da República.
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