Vereador pelo Rio, filho do presidente foi alocado em uma sala no mesmo andar do pai; deputado petista vê ‘usurpação de função pública e desvio de finalidade’
O deputado Rui Falcão (PT-SP) entrou hoje com uma ação junto à Justiça Federal de Brasília para que o vereador do Rio da Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro, seja afastado de suas atividades no Palácio Planalto.
Mesmo sem ter cargo no governo, Carlos foi alocado em uma sala no terceiro andar do Palácio do Planalto, na antessala do pai, junto com o chamado ‘gabinete do ódio’, grupo de assessores palacianos de perfil ideológico que cuidam das redes sociais do governo e incentivam o presidente a agir de forma beligerante.
“A presença dele no Planalto, além de todo o mal que causa dentro e fora do governo, constitui usurpação de função pública e desvio de finalidade”, disse o deputado petista.
Carlos é o responsável pelas contas de Bolsonaro nas redes sociais desde a campanha presidencial de 2018. Nesta semana, o presidente teve postagens apagadas pelo Twitter e Facebook por compartilhar notícias inverídicas sobre o coronavírus.
Na quarta-feira, 1º, Bolsonaro apagou um post no qual acusava suposto desabastecimento no Ceasa de Belo Horizonte. O vídeo foi desmentido e Bolsonaro teve que pedir desculpas por espalhar fake news no Twitter.
Desde o início da crise, Carlos vem participando de reuniões do governo. Ele foi um dos responsáveis pelo desastroso pronunciamento de Bolsonaro em cadeia nacional de TV, na semana passada, no qual dizia que o coronavírus não passa de uma gripezinha e tem sido um dos incentivadores do discurso presidencial contra as medidas de isolamento adotadas por governadores de quase todo o País.
Na ação protocolada hoje, Falcão oferece à Câmara Municipal e à prefeitura do Rio a oportunidade de participarem como coautoras.
Reportagem publicada em O Estado de São Paulo.
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