Nesta semana da Defensoria Pública, lembro de uma frase de um camponês salvadorenho que perdeu tudo o que tinha, por safadeza do sistema de justiça.
A frase teria sido dita ao seu advogado, quando este foi lhe contar do resultado do processo. Disse o compônio: Eu sei como funciona. “La ley es como la serpiente; solo pica al descalzos”. Quem conta isso é o grande José Jesus De La Torre Rangel.
Eu usava muito essa frase para mostrar as injustiças do sistema jurídico. Já foi muito pior. Hoje, o crescimento da Defensoria Pública desequilibra o desiquilíbrio, desiguala a desigualação.
Enfim, a Defensoria instaurou uma fábrica de botas de cano longo, para proteger os nossos invisíveis (agora tão visíveis) das “serpientes”. A proteção dos descalzos!
A luta pela presunção da inocência teve o “dedo” forte da Defensoria. Dedo em riste contra a malversação dos números sobre recursos em tribunais. Vieram os números certos. Influenciaram. E ganhamos.
Ganhou a sociedade. Ganham os “descalzos”.
Estamos juntos.
Da Dacha de São José do Herval, em “prisão domiciliar” nesta longa quarentena, quando o inverno castiga os liquidambars arrancando-lhes as folhas amarronzadas.
Para todas as defensorias do Brasil.
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