Lá vamos nós, brasileiros. Qual o trajeto a ser percorrido, e qual o nosso destino? Quem sabe ? Ninguém.
Com certeza não estamos indo ao encontro da verdade. Nenhuma das verdades que nos levariam a um destino melhor. Agruras pontuais, sofrimentos coletivos, distância da pátria dos nossos sonhos, é o que temos.
Agora, acrescente-se o componente da farsa. Até quinta feira, era o discurso agressivo, predatório, intolerante, discriminatório, instigador da violência e da destruição das instituições e tudo o mais que se tornou marca de uma gestão sem gestor.
Depois dessa data, o já abominável cenário transformou-se em uma pantomima, sem a graça e a criatividade dos saudosos espetáculos circenses.
No centro do picadeiro estão os que mentem. Mentem a mentira plena, sem ressalves. E o fazem sem rubor nas faces, sem nenhum resquício de vergonha.
Nem nos contos da carochinha, nas fábulas de Esopo ou de La Fontaine, nos maiores ficcionistas da literatura mundial, encontramos criações tão audaciosas e distantes da realidade, como a fala presidencial desse dia 22, que substituiu o 1º de abril.
Aliás, lembre-se que histórias infantis, fábulas, ficção possuem, em regra, conteúdo ético e moral. A fala bolsonarista, ao contrário, é o descarte, o desprezo por mensagens construtivas e edificantes. As suas falas querem a destruição, a desconstrução.
Poder-se-á dizer que a ladainha de quinta ( 22 ) foi repleta de promessas, compromissos, juras de amor pela Amazônia, pelos índios, pela floresta, pelas águas, pelo firmamento limpo de impurezas. Fala de um cultor fervoroso da obra divina, a natureza. Sua oração significaria uma conduta meritória de sua parte, pois reviu e reconsiderou sua anterior posição.
Ora, ora, cinismo puro, oportunismo genuíno, desfaçatez descarada.
Trata-se de um pronunciamento desprovido de seriedade e credibilidade, em face das reiteradas e recentes falas em sentido contrário. Aliás, recentes e de sempre. Como emprestar-se valor e honestidade a afirmações que até ontem eram levianas, frívolas, desarrazoadas. Como se enxergar uma repentina claridade, no lugar de uma densa treva ?
Estamos, agora, esperando ansiosos o pronunciamento do ministro boiadeiro. Os mugidos de seus bois com certeza nos trarão alento e esperança. Ele saberá conduzir o seu gado para o pasto e fechar as porteiras para que não haja um estouro da boiada, que seria muito a gosto dos desmatadores, incendiários, grileiros, latifundiários, ocupantes de terras indígenas e tantos outros predadores.
Só resta agora o presidente dizer que sempre temeu a pandemia e as suas consequências. Que sempre chorou os mortos. Que abominou a cloroquina. Que sempre defendeu o isolamento. Que sempre evitou aglomeração; que não mediu esforços para termos vacinas, etc. etc.
Vamos aguardar. Quem viver verá. Eu espero estar vivo para vê-lo ir embora. Inclusive o ajudarei a fazer as malas, para que leve consigo os males que nos impingiu.
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Angela De Almeida Sousa
25/04/2021, 13:39Amigos do Prerrô, estamos em guerra, sabemos, falamos e sofremos isso, mas não agimos com a urgência que é inadiável. Abaixem o som da música nos vídeos, precisamos ouvir as “bombas lá fora”. É preciso aproveitar enquanto estamos juntos de mãos dadas com vocês na tela e nós ligados ao som das vozes , Marco, Kakay, Fabiano, Gabi, Lenio, Serrano… maravilhosos.
ResponderVocês estão nos dando o INDISPENSÁVEL, impossível viver sem vocês agora, chegaram 20 anos atrasados.
Desde FHC e muito mais ainda nos governos Lula! FIZERAM MUITA FALTA!! PT avançou, “fez muito sem amarração”. Como num tricô, foi só puxar um fio em 2015 e quase tudo destruído…
Todos os dramas brasileiros clamam por JUSTIÇA!!
O Agro destrói florestas, reservas, águas, envenena a comida, deforma fetos… é preciso ouvir Silvio Tendler e seus muitos documentários (O veneno está na mesa); Larissa Bombardi (Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e conexões com a União Européia); Ladislau Dowbor ( O Brasil e o Capital Improdutivo); Maria Lucia Fatorelli (Auditoria Cidadã da dívida); esperando por justiça estão os brasileiros sequestrados pela milicia, os mais de 300 jovens da Boite Kiss, o Rio Doce destruído pela Vale&BHP Billinton em 5 de novembro de 2015, Barreirinhas… todos os atingidos pelas barragens, como sobrevivem???? Todos precisamos de vocês.
Os cenários coloridos e festivos nos vídeos do PRERRÔ dão um ar de grupo “pop”, não combinam, não transmitem a seriedade QUE PRECISAMOS SENTIR DA JUSTIÇA. Os brasileiros precisamos ser “espetados” para sermos conscientizados que nessa guerra estamos todos sequestrados e QUE o vírus não é nosso maior inimigo.
Conde é um artista, está mal nesse papel, o som alto e estridente da sua voz na “condução”, nos tira da realidade e nos joga na fantasia de um grupo “lindo”, formado de inteligentes e bem sucedidos profissionais de direito que se orgulham e se amam: Prerrô não é uma obra de teatro, é a resposta do grito de socorro da sociedade. É indispensável valorizar a seriedade dos assuntos tratados, dar ênfase ao que foi dito e discutido. Precisamos chorar com os que choram, absorver e engolir a angústia em saber que as “bombas” já estão sendo jogadas em nossos quintais.
Eternamente agradecida ao Prerrô
Angela Almeida