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Quase 30 anos depois: a primeira mulher negra diretora do IBCCRIM

Quase 30 anos depois: a primeira mulher negra diretora do IBCCRIM
 

Moradora da zona leste de São Paulo, ativista pela Educafro, mãe, mulher negra, ex empregada doméstica. Ester Rufino cursou direito na Faculdade Zumbi dos Palmares, formou-se em 2014, e é a nova diretora do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, o IBCCRIM.

Não só a importância de uma mulher negra ocupando um cargo de poder, mas, principalmente, a vivência e realidade que Ester traz com sua trajetória. Segundo a militante, esse é um momento histórico. “É a chance de trazer à tona tantas mulheres grandes, que são invisibilizadas. Mulheres negras, periféricas, atuantes, que não chegam a esses espaços. A chave vira quando balançamos instituições e sociedade, para que pensem sobre o racismo estrutural e institucional deste país”.

Aprovada de forma unânime, Ester tem o apoio da Presidente deste biênio, Marina Pinhão Coelho Araújo, e dos vices, Alberto Toron e Fábio Tofic. Ela explica que essa decisão é inédita. “É a primeira vez que elegem uma ativista da sociedade civil. Essa gestão 21/22, vem para a ação. A começar pelas mudanças institucionais, como o novo regime que inclui cota de 20%. Isso só demonstrou o quanto o Instituto está pedindo por mudanças na luta antirracista, da mesma forma que isso nos eleva a um patamar de privilégio para que, juntos, possamos intervir nas ações de Ciências Criminais desse Instituto, efetivamente nas ações que impactam as vivências do encarceramento em massa , no combate ao feminicídio e o enfrentamento à letalidade policial”.

Mas, afinal, o que é a IBCCRIM?

Constituída em 1992, após o massacre do Carandiru – tragédia onde 111 presos foram mortos em uma ação da polícia de São Paulo -, a Instituição tem como objetivo construir e monitorar políticas públicas e iniciativas nas áreas de segurança pública, política criminal e direitos humanos junto ao poder público. Agora, 30 anos após sua fundação, temos a primeira mulher negra a ocupar cargo na diretoria. Quer saber mais? Acesse: IBCCRIM.

“Eu ainda estou viva”

Emocionada, Ester lembra Marielle Franco, Débora Maria da Silva – do Mães de Maio -, e afirma: “Eu ainda estou viva, mas levaram nossa Marielle. A luta continua e é preciso ocupar esses espaços. Assim como diz a nossa querida Sueli Carneiro no Brasil, e Angela Davis nos EUA, “se uma mulher vai para o poder, todas vão”.

O Jornal Empoderado parabeniza Ester pela conquista que, sem dúvidas, é de todos nós. Que mais mulheres negras e periféricas ocupem espaços, sejam ouvidas, e representem mudança. Vamos juntos!

Publicado originalmente no Jornal Empoderado.

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2 Comments

  • sidneia silva
    19/04/2021, 07:03

    Esta valendo, Esther!

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  • ROSELI SANTOS
    19/04/2021, 12:54

    Dizer sempre do Orgulho e Honra que nos arrebata, certa de que forças genuínas e continuas configuram esses históricos acontecimentos.✊🏾✍🏿👑🥰👊🏿👊🏿👊🏿👊🏿⚖

    Responder

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