“O homem é do tamanho do seu sonho”, disse o poeta.
A grandeza de um país é medida pelo tamanho das suas utopias. O projeto ético-político deriva do que for construído e de suas produções sociais.
Na Constituição de 1988 assentou-se ser a saúde direito de todos. Edificou-se o sistema de saúde universal: o SUS. Nesses 32 anos, mesmo subfinanciado, cimentou-se rede de cuidados presente em todos os municípios brasileiros. De 2017 para cá, com a aprovação da Emenda Constitucional 95, passou a ser desfinanciado, perdendo-se, em 2 anos, R$22,5 bi, sem falar nos mais de 40.000 leitos.
Agravaram-se seus desafios com fechamento de serviços e não abertura de novos. Tudo sem efetiva reação da maioria da sociedade. A narrativa, capitaneada por parcela da mídia submissa aos interesses econômicos, de que o SUS não bem funciona, ganha a disputa no imaginário coletivo. Necessário reagir, para bem informar.
A covid-19 iluminou o SUS (real). Desnudou suas potentes redes de cuidado. Laboratórios públicos e de ponta são visíveis. Desafiados. Buscam vacinas e medicamentos. O trabalho é ininterrupto. Produzem números e análises que ajudam compreender o vivenciado e o por vir. Independentemente à desarticulação e descompromisso do governo Bolsonaro, o SUS prossegue firme e forte. Sem ele seria a barbárie.
Discute-se a relevância da aquisição de ventiladores para salvar vidas. Novo aspecto central: inexiste cuidado na saúde sem os trabalhadores. O cuidado tem de se dar no encontro deles com cada pessoa em tratamento. Unir às vozes de brasileiras e brasileiros que ocupam suas janelas para agradecer. Valorizar. Vociferar a importância dos que põem em risco suas vidas para que outras sejam salvas.
Há de se render homenagem aos que estão no front. Dos mais aos menos visíveis. Todos. Sem distinção. Dos responsáveis pela limpeza, mirando os motoristas, recepcionistas, maqueiros, técnicos etc. Têm salários baixos. Jornadas de trabalho infindas e desumanas. Têm de ser reverenciados. Aplaudidos. Aplaudidos de pé.
O SUS sairá sólido. Pétreo. Seus profissionais idolatrados. As pessoas humanas mais sensíveis. Porém, temos de cobrar aos gestores dos poderes públicos, os de hoje e os de amanhã, responsabilidade política-ética-social. Para que nunca mais!
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