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Nota do Grupo Prerrogativas: Em meio ao caos

Em meio ao caos, na manhã de domingo, com mortos sepultados em cova rasa, com agentes de saúde privados do convívio com a família, suportando toda sorte de riscos, com salários baixos e em condições precárias de trabalho, com a dor e o desespero minando famílias que vagam errantes à procura de atendimento ou de uma cova;

Em meio ao caos, na manhã de domingo, com mulheres desesperadas e violadas, espancadas e humilhadas, presas à convivência com homens violentos e egoístas, com crianças privadas da escola e da alimentação, com milhões de brasileiras e de brasileiros na fila da fome, imposta por um sistema burocrático e cruel de concessão de um benefício famélico;

Em meio ao caos, na manhã de domingo, quando os cofres do sistema bancário bufam com nada menos do que um trilhão e duzentos bilhões de reais, enquanto milhões de micro e pequenos comerciantes, pequenos empresários, pequenas empreendedoras veem desmanchar seu meio de vida, sem um único centavo à vista de um governo sovina com pobres e extremamente generoso com os poderosos;

Em meio ao caos, na manhã de domingo, com cidades desertas, com uma população que se comprime em casas e barracos, longe de qualquer possibilidade de dignidade humana, com um sistema prisional considerado de ilegalidade permanente, onde se amontoam presos e presas, em condições inadmissíveis ao combate da pandemia que ora vivemos, que lá permanecem condenados à morte pelo abandono e pelo preconceito;

Em meio ao caos, na manhã de domingo, o Presidente da República, mais uma vez, trai as altas funções de seu cargo e não emite uma única palavra, seja de acolhimento, seja de consolo aos que perderam entes queridos, seja por quem heroicamente enfrenta a pandemia;

Em meio ao caos, na manhã de domingo, o Presidente da República não dirigiu uma única palavra ao trabalhador brasileiro, de quem vem retirando direitos historicamente conquistados feito um batedor de carteiras;

Em meio ao caos, na manhã de domingo, o Presidente da República arvorou-se a ostentar um poder incontrastável, afirmando, em um discurso primitivo e insano, que não admitirá mais interferências, que chegou ao limite de sua paciência. O discurso do presidente, a par de desconexo e revelador de ter partido de uma pessoa desprovida do mínimo equilíbrio emocional para a função, revelou um tirano, indisfarçado e aflito pela impossibilidade atroz de exercer ele mesmo sua tirania absolutista e despótica;

Em meio ao caos, na manhã de domingo, o Presidente da República exibiu-se com bandeiras de outros países, deixando claro sua vassalagem a uma extrema-direita cada vez mais contestada, exatamente nos países por quem revelou uma imatura e rasa admiração;

Em meio ao caos, na manhã de domingo, o Presidente da República sentiu-se insultado pelos sistemas de controle próprios de qualquer regime democrático. A democracia o insulta e o desafia, deixando claro que não está preparado para um regime de confronto de ideias e muito menos preparado está para ser o líder da travessia dessas águas turbulentas da pandemia;

Em meio ao caos, na manhã de domingo, o Presidente da República mostrou que teme e que se acovarda diante das possibilidades de notícias de crime que partam de um ex-ministro, a transparecer que acusou o golpe e que procura, agora, a companhia de matilhas fascistas, que, em igual medida que ele, não sabem mais qual ossada devem farejar perseguir;

Em meio ao caos, na manhã de domingo, o Presidente da República evoca forças do passado recente mais sombrio, a fim de criar uma aura de ameaça sobre duzentos e vinte milhões de pessoas que não possuem um presidente, mas um ocupante imaturo e frágil da cadeira presidencial, sem conseguir suportar qualquer contrariedade ou frustração, sem que saia errático a prenunciar um totalitarismo que somente interessa a ele próprio e aos grupos mais obscurantistas que o cercam, sem quem consiga sequer ser solidário com as mortes em massa de seus compatriotas.

Para abrir uma luz no caos, o GRUPO PRERROGATIVAS, definitivamente comprometido com o estado democrático de Direito e com as lutas democráticas vem a público para externar SEU MAIS PROFUNDO REPÚDIO às falas do Presidente Jair Bolsonaro, exigindo que as instâncias institucionais constitucionalmente estabelecidas, notadamente o Senhor Procurador Geral da República, sempre se lembrando que Sua Excelência, embora nomeado pelo Chefe do Executivo Federal, a ele não se subordina, tomem as medidas cabíveis, denunciando-o ao Supremo Tribunal Federal, a quem incumbe a guarda da Constituição Brasileira, na forma heroicamente trazida pelo art. 102, da Constituição que ele pretende rasgar.

TODOS SOMOS UM NA PANDEMIA!

VIVA A DEMOCRACIA!

ABAIXO OS PRETENDENTES A DITADORES!

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