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Coordenador do Grupo Prerrogativas pede apoio a presidente da Petrobras para levar exposição dos painéis ‘Guerra e Paz’, de Portinari, à China e à Itália

Coordenador do Grupo Prerrogativas pede apoio a presidente da Petrobras para levar exposição dos painéis ‘Guerra e Paz’, de Portinari, à China e à Itália

O projeto itinerante que quer levar a obra “Guerra e Paz”, de Candido Portinari (1903-1962), à China, à Itália e a Belém, no Pará, foi apresentado ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, na semana passada pelo coordenador do Prerrô Marco Aurélio de Carvalho.

Por Mônica Bergamo, Bianka Vieira, Karina Matias e Manoella Smith

Pedido foi feito ao presidente da estatal pelo coordenador do Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho

O projeto itinerante que quer levar a obra “Guerra e Paz”, de Candido Portinari (1903-1962), à China, à Itália e a Belém, no Pará, foi apresentado ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, na semana passada. O dirigente foi consultado sobre a possibilidade de a estatal entrar como patrocinadora da empreitada.

A dupla de painéis monumentais atualmente encontra-se na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, seu destino original desde que foi finalizada, em 1956. Filho do artista brasileiro, João Candido Portinari quer repetir o feito da década passada e transportar a obra do pai para outros países e instituições, a fim de que as pinturas sejam vistas por diferentes pessoas e culturas.

A ideia do patrocínio cultural já foi proposta ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), ao Banco do Brasil, à Caixa e aos Correios. A entrada da Petrobras, contudo, seria crucial para a concretização da expedição, que é estimada em R$ 29,5 milhões.

Coordenador do grupo jurídico Prerrogativas, o advogado Marco Aurélio de Carvalho pediu a Prates que apoiasse a proposta em conversa na quarta-feira (17), em Brasília. Segundo ele, o presidente da Petrobras teria se sensibilizado e endereçado o assunto para uma equipe técnica, responsável por avaliar a sugestão dentro das normas da companhia.

“Ele tem a noção exata da importância desse projeto”, afirma Carvalho. “Prates é uma pessoa comprometida com a cultura brasileira, que sabe da importância dessa obra”, completa. Outros temas e preocupações comuns também foram abordados pelos dois durante a conversa, afirma o advogado.

À coluna, João Portinari diz que sua ideia tem sido bem acolhida por possíveis patrocinadores e já conta com o envolvimento do Ministério das Relações Exteriores, responsável por fazer o pedido à ONU para que os painéis possam viajar o mundo.

Da primeira vez em que isso ocorreu, nos anos 2010, “Guerra e Paz” foi levada ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ao Memorial da América Latina, em São Paulo, ao Cine Theatro Brasil Vallourec, em Belo Horizonte, e ao Grand Palais, em Paris.

Tendo 14 metros de altura por dez metros largura cada e pesando mais de duas toneladas juntas, o conjunto de telas contou com uma operação de guerra para ser levado a tantos lugares —que deve ser repetida se a “segunda itinerância”, como tem sido chamada a nova proposta, for bem-sucedida.

O filho de Portinari pondera que, dessa vez, a exibição da obra mundo afora teria um significado ainda maior diante das guerras que estão em curso. “‘Guerra e Paz’ adquire uma atualidade mais de meio século depois da sua realização. É uma história edificante, de valores, de fé na humanidade e de amor à humanidade”, afirma ele, que preside o Projeto Portinari.

“[A obra faz um apelo por] mais tolerância, por mais fraternidade entre os povos e pelo velho sonho de todos nós: a paz”, completa o filho do artista.

João Portinari diz que já reúne uma carta de intenções do Museu Nacional da China, em Pequim, e do Palazzo delle Esposizioni, em Roma, na Itália.

O país asiático foi escolhido por ele em razão da comemoração do aniversário dos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China, que serão celebradas em 2024, e da curiosidade em saber qual seria a recepção do público chinês às pinturas.

Já a cidade europeia foi escolhida por causa da efeméride dos 150 anos da imigração italiana para o Brasil e por ser a sede do Jubileu do Vaticano em 2025, que deve atrair milhões de visitantes a Roma. “Acho que a gente pode até pensar em uma visita do papa Francisco“, diz, animado.

A última parada de “Guerra e Paz” está prevista para ocorrer em Belém, durante a COP30, quando diversos chefes de Estado estarão reunidos para a conferência das Nações Unidas sobre o clima. Se confirmada, será a primeira vez que o Norte brasileiro receberá uma mostra de Portinari.

“Esse projeto é, talvez, o maior desafio que já enfrentamos nesses 45 anos de Projeto Portinari, afirma o filho do artista.

Publicado originalmente na Folha de S.Paulo.

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