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Grupo Prerrogativas recebe Salva de Prata em evento concorrido na Câmara Municipal de São Paulo

Grupo Prerrogativas recebe Salva de Prata em evento concorrido na Câmara Municipal de São Paulo

A honraria é uma das mais importantes da Casa e é destinada a pessoas e instituições com atuação de destaque na cidade de São Paulo

O Grupo Prerrogativas – formado por juristas renomados – recebeu na noite desta segunda-feira (6) a Salva de Prata, honraria concedida a pessoas e instituições com atuação de destaque na cidade de São Paulo. O evento – concorrido – aconteceu no Salão Nobre da Câmara Municipal da capital paulista. A cerimônia foi presidida pelo vereador Reis (PT), que propôs a solenidade.

Fundador do “Prerrô”, como é conhecido o coletivo, o advogado Marco Aurélio de Carvalho afirmou em discurso que a honraria é fruto do trabalho de todos que formam o grupo. “Essa homenagem tem um valor muito grande para todos e todas nós”.

“O nosso compromisso é continuar na defesa intransigente de cada um dos princípios que nos trouxeram aqui. Isso vocês podem cobrar da gente e seguramente não será difícil. Daremos respostas à altura. Vamos continuar lutando por uma sociedade justa, fraterna, igualitária e verdadeiramente antirracista”, complementou.

À TV 247, o advogado também falou sobre a importância da homenagem: “esse grupo, que foi criado em 2014, teve a coragem e a ousadia de defender posições contra majoritárias, e esteve sempre no front da resistência defendendo a democracia, a liberdade de imprensa, a higidez das instituições, a independência e harmonia dos Poderes. Então esse coroamento é carregado de simbolismos, é realmente muito significante perceber que valeu a pena. Nós chegamos a ser vozes absolutamente isoladas da comunidade jurídica, mas conseguimos defender essas posições, defender a democracia, as instituições e chegar aonde chegamos, sonhando com dias melhores. E eles virão, não temos a menor dúvida”.

Coordenadora do Prerrogativas, Gabriela Araújo discursou sobre a busca por mais diversidade entre os membros do grupo: “meu papel dentro do Prerrogativas é lutar cada vez mais por espaço para que daqui a cinco ou dez anos as futuras gerações vejam uma mesa (da solenidade) diversa, com paridade de gênero e equidade racial”.

Um dos juristas mais respeitados do país, Celso Antônio Bandeira de Mello – acompanhado de sua esposa, a também advogada Weida Zancaner – foi aplaudido efusivamente e de pé durante o evento. Celso Antônio faz parte do conselho editorial do Brasil 247 e é um dos maiores nomes do direito administrativo e ícone do grupo Prerrogativas. 

Um dos discursos mais fortes da noite partiu do jurista Pedro Serrano, que relatou tempos sombrios vividos pelo colega Marco Aurélio de Carvalho. Ele contou que o fundador do Prerrogativas perdeu dinheiro e viu sua família ser afetada por ataques e pelo medo durante a jornada do coletivo. “Eu tive oportunidade de conviver com ele dia a dia. Nós nos encontrávamos ou falávamos literalmente todo dia. Eu fui testemunha diária do impacto que esse assunto foi na vida do Marco, do quanto que ele perdeu. Perdeu financeiramente, perdeu afetivamente, sentiu medo, como todos nós sentimos. A coragem vem do medo. Sentiu receio. Me lembro de ligar para ele às 5h da manhã e a gente falando ‘será que a PF vem aqui agora?’. Ou seja, foi um período muito obscuro, o Marco sofreu o dia a dia disso, sem nenhuma perspectiva de futuro naquela época. O Marco teve um espírito puro de generosidade e coragem e tenho um imenso orgulho de ser amigo dele”.

Serrano também disse que o Prerrogativas ocupou por um período o espaço da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da imprensa brasileira na defesa da democracia: “democracia não é só um regime político, uma forma de organização do Estado. É uma forma de sociabilidade. Nós, sociedade civil, somos componentes absolutamente relevantes com a construção de uma democracia. Instituições privadas se constituem nessa sociabilidade democrática. Vou dizer duas: a OAB e a mídia. Senhores, nos momentos que todos nós sabemos, mais obscurecidos da nossa história recente, a OAB claudicou, deixou, naquele período da Lava Jato, de representar, de defender os interesses da democracia e as prerrogativas dos profissionais que ali atuavam. Temos que falar claramente, por mais antipático que seja: a maior parte da nossa mídia traiu as suas funções da democracia naquele período e, em vez de agir em seu papel na democracia, que é questionar o poder do Estado, pôr o dedo na cara do Estado, ela agiu como ‘Longa Manus’ do poder do Estado. Ali o poder era Moro, Dallagnol, e não foram questionados adequadamente quando abusaram do poder. Esse fato foi coberto por um grupo de WhatsApp, o Grupo Prerrogativas”.

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, também fez um discurso marcante: “o Prerrogativas não é só esse grupo que se fez na resistência democrática. É um grupo de WhatsApp, gente. Não existe nenhuma institucionalidade. A primeira vez que eu estava passando na frente da televisão e vi o William Bonner falando “o Grupo Prerrogativas”, eu quase caí. Mas na verdade ele se consolidou exatamente pela sua heterogeneidade. Nós temos advogados, professores, juristas, mas temos políticos e um pouco de tudo. O que nos une é a defesa da Constituição, é a certeza que nós estávamos enfrentando o fascismo que começou lá na Lava Jato. Começamos a enfrentar a Lava Jato quando a Lava Jato estava gestando o Bolsonaro, estava gestando o fascismo que se instalava”.

Representando o TCM-SP (Tribunal de Contas do Município de São Paulo), o conselheiro João Antonio parabenizou a iniciativa e falou sobre a homenagem concedida ao Grupo Prerrogativas. “Uma das mais importantes honrarias da Câmara Municipal de São Paulo”.

Publicado originalmente no Brasil 247.

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