O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse, em entrevista ao UOL News hoje, que uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no primeiro turno da disputa presidencial é necessária para evitar o que chamou de uma “disputa sangrenta” contra o atual mandatário Jair Bolsonaro (PL) em um eventual segundo turno.
“Eu creio que temos que resolver a eleição no primeiro turno. Segundo turno com Jair Bolsonaro será sangrento. Não é só a democracia que está em jogo, mas a vida dos brasileiros”, afirmou o parlamentar, que vai integrar a equipe de coordenação da campanha de Lula.
Randolfe desistiu da pré-candidatura ao governo do Amapá para participar da campanha do petista. Porém, o senador afirma que ainda não há uma coordenação-geral definida.
“Creio que teremos uma espécie de conselho político com diferentes forças políticas que a candidatura venha a ter. Eu acredito que esse conselho tem que ser o mais amplo possível, assim como a candidatura de Lula.”
O senador também diz que não discutiu nem pretende conversar sobre ocupação de cargos num eventual governo Lula.
Federação da Rede com PSOL
Durante a entrevista, o senador Randolfe Rodrigues também afirmou que a federação entre a Rede e o PSOL está 90% resolvida e deve ser formalizada entre 1º e 10 de março.
“A federação é uma necessidade, inclusive política, para a Rede voltar ao cenário político, porque não cumpriu a cláusula de barreira em 2018. É preciso construir uma bancada no campo progressista e ambientalista, e essa possibilidade só ocorre com a federação.”
Porém, reportagem do UOL mostra que o apoio a Lula na disputa presidencial é um dos entraves para a federação entre os partidos. Enquanto o PSOL deve apoiar o petista, a Rede fala em “liberar a militância”, sem determinar apoio específico.
Uma liderança da Rede disse, sob condição de anonimato, que, se a federação com o PSOL significar a necessidade de um apoio ao PT, haverá um problema intransponível. Ela completou dizendo não entender como viável a presença de Marina Silva e da ex-senadora Heloisa Helena, que foi expulsa do PT em 2003 por críticas ao governo Lula, no palanque do ex-presidente petista.
Entrevista publicada originalmente no UOL.
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