O ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Vinícius Marques de Carvalho, afirmou durante o UOL Entrevista que “não é honesto” fazer comparações entre Lula e Bolsonaro sobre o cumprimento da LAI (Lei de Acesso à Informação).
Para Carvalho, a União passou por um processo de “transição de cultura” em relação à transparência com a gestão do petista e a saída do ex-presidente.
Se cita muito o caso da festa de posse do presidente Lula no Itamaraty. Teve uma decisão de primeira instância não dando acesso com base no argumento de dados pessoais. A gente entende que esse argumento não servia para essa situação, e o ministro Mauro Vieira reviu a decisão em menos de uma semana, sem recurso. As pessoas usam esse argumento para dizer que o governo Lula faz o mesmo que o governo Bolsonaro, mas não é honesto esse tipo de comparação.”
Militares aposentados estão em fraude de cartões de vacina, diz ministro
O caso gerou a prisão do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, em uma operação da PF (Polícia Federal) que também cumpriu mandados de busca na casa do ex-presidente.
Nós já temos alguns militares aposentados que trabalhavam no gabinete do ex-presidente dentro desse contexto, que a CGU vai investigar, vai abrir processos disciplinares, para eventual responsabilização. No limite, eles podem perder a aposentadoria.”
‘Não pode ter agenda’, afirma Carvalho sobre condenações da Lava Jato
O ministro da CGU também falou sobre as condenações da Lava Jato, ao ser questionado sobre a perda de mandato na Câmara do ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
Dallagnol foi cassado pelo TSE na última terça-feira (16) com base na Lei da Ficha Limpa.
Quando você tem um caso de corrupção e houve situações reconhecidas de que houve um caso relevante, você parte para a investigação e tem que tratar de uma forma muito serena. Você não pode ter agenda. Quando tem uma agenda, você acaba se desviando do seu trabalho, que é apurar os fatos.”
Como efeito desse tipo de comportamento, o ministro avalia que muitas empresas brasileiras passaram por um processo de desgaste que, pare ele, poderiam ter sido evitados.
Isso não faz sentido em nenhum lugar do mundo. Você não vê empresas de outros países passando pelo que as empresas do Brasil passaram. Isso não era necessário para gerar um efeito pedagógico que uma pena precisa gerar.”
Assista a entrevista na íntegra no UOL Entrevista.
Publicado originalmente no UOL.
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