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Nota do Grupo Prerrogativas em solidariedade ao pesquisador do IBGE, Tiago Pereira

Nota do Grupo Prerrogativas em solidariedade ao pesquisador do IBGE, Tiago Pereira

O Grupo Prerrogativas se preocupa com o indiciamento do pesquisador do IBGE, Tiago Pereira, feito pelo delegado de polícia da cidade de Amparo em razão de suposta tentativa de homicídio simplesmente pelo fato de Tiago ter furado o bloqueio de caminhoneiros bolsonaristas, tendo em vista as ameaças físicas que ele e sua colega de trabalho receberam dos manifestantes.

Considerando que o saldo foi um nariz fraturado(o de Tiago) e apenas algumas escoriações em um dos manifestantes, parece-nos desproporcional e despropositado referido indiciamento, mormente porque, caso seja confirmado pela autoridade judiciária, Tiago irá a júri, por se tratar, em tese, de crime doloso contra a vida.

O fato é que Tiago Pereira tentava, juntamente com sua colega, chegar ao seu destino, aonde realizaria o seu trabalho de recenseador, mas foi impedido por manifestantes que se recusam a reconhecer o resultado legítimo das eleições presidenciais e que o acusaram de trabalhar para o vencedor das eleições.

Ora, é sabido que o Censo é uma atividade de Estado essencial para o planejamento das políticas públicas e não uma política do candidato A ou B. A agressão sofrida por Tiago e por sua colega é ainda mais absurda porque motivada em falso, uma vez que Lula ainda não assumiu o cargo de Presidente da República e não tem qualquer ingerência sobre as atividades do IBGE, órgão que ainda está sob o comando do governo de Jair Bolsonaro.

Segundo seu defensor, Sérgio Augusto de Souza, a decisão do delegado é notadamente equivocada e a vítima agiu “em estado de necessidade para defender sua própria vida e também de sua colega servidora do IBGE.” Ainda segundo o seu advogado, “nenhum ser humano agiria de forma diversa naquela situação real ameaçado por uma multidão ensandecida sob argumento de que o IBGE trabalha para o candidato vitorioso no pleito eleitoral. Isso é um absurdo, uma sandice coletiva. Além disso, a tal manifestação era um ato ilegal, absolutamente contrário à lei e também à ordem legal da corte maior do país e dos tribunais estaduais. Um movimento clandestino, terrorista, que coloca em perigo a ordem pública e poderia ter ceifado a vida de um jovem”.

O Grupo Prerrogativas considera que o indiciamento de Tiago representa uma verdadeira inversão da realidade. Por meio desse ato arbitrário, a vítima se transformou em algoz e os algozes em vítimas.

Repudiamos a perseguição a Tiago, um simples trabalhador, assim como no passado repudiamos a perseguição a Luís Inácio Lula da Silva no “lawfare” promovido pela Lava Jato. Qualquer homem, mulher ou criança independentemente de ser político ou um cidadão comum merecem o mesmo apoio do Grupo Prerrogativas, que não pode permanecer calado perante uma injustiça.

O Grupo Prerrogativas é um defensor incansável dos direitos humanos, do Estado Democrático de Direito e da dignidade da pessoa humana. Por isso, se solidariza com Tiago Pereira, que está sofrendo uma arbitrariedade por parte do Estado, já que não teve seu depoimento e de sua colega considerados pelo delegado e acabou indiciado por tentativa de homicídio contra os caminhoneiros manifestantes, o que contraria a isenção e equilíbrio que se espera de uma autoridade policial.

Assim, esperamos que o Ministério Público não acolha essa narrativa no mínimo tendenciosa e que Tiago possa prosseguir em paz e tranquilidade com a sua vida, sem preocupações desnecessárias, podendo ainda dar continuidade à pesquisa que somente engrandece o Estado e a sociedade brasileira.

Grupo Prerrogativas, 10 de novembro de 2022.

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