A nação assiste espantada à acusação feita por um ministro militar do governo Bolsonaro de que o Congresso chantageia o Poder Executivo.
A nação assiste espantada a essa declaração, que deveria ser repudiada pelo Presidente da República, porém serviu de mote para uma convocatória de atos públicos contra o Poder Legislativo.
A nação assiste espantada à convocatória dos atos contra o Parlamento, previstos para o dia 15 de março, sendo apoiados pelo Presidente Jair Bolsonaro, conforme noticia a imprensa.
Não é a primeira vez que o Presidente da República flerta com o golpismo. Não é a primeira vez que o Chefe do Poder Executivo ultrapassa os limites da lei e da Constituição, a ponto de se vislumbrar crime de responsabilidade em várias de suas ações e declarações.
O endosso do Presidente da República às manifestações convocadas contra o Parlamento – e pelo seu fechamento –, a se confirmar a autenticidade da notícia, configura crime de responsabilidade, previsto na Lei do Impeachment.
Os democratas brasileiros devemos repudiar qualquer tentativa de desestabilização das Instituições. Os líderes do Parlamento, o Chefe do Poder Judiciário e o Procurador-Geral da República devem, urgentemente, tomar posição contra esse – se confirmado – claro intento de golpear a democracia.
Não há meias palavras para designar os acontecimentos, inéditos e sem precedentes pós-1988. Há, nitidamente, um ovo da serpente do autoritarismo em gestação.
As instituições democráticas devem dizer “basta” ao Presidente da República e a todos que atentem contra o Estado de Direito, inclusive ministros e parlamentares.
Como morrem as democracias? Podem morrer porque delas não cuidamos. Os democratas não podem pecar por omissão. Não se pode ser tolerante com quem deseja sabotar, em nome da democracia, a própria democracia. A história é pródiga em exemplos.
A palavra, portanto, só pode ser uma: Basta!
E é esta a palavra do Grupo Prerrogativas.
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