Por Juliana Alves
Gilmar Mendes pautou análise da suspeição de Sergio Moro na Segunda Turma do STF
Em entrevista à CNN, o advogado criminalista Bruno Salles analisou o julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro, pautado para esta terça-feira (9) por Gilmar Mendes na Segunda Turma do STF.
Segundo o especialista, a possível nulidade do processo do ex-presidente Lula em razão da suspeição é mais “grave e profunda”, porque no direito processual sequer pode usar a palavra ‘juiz’ uma pessoa que seja parcial. “O juiz parcial contamina todo o processo”, afirmou.
Edson Fachin anulou em decisão monocrática todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Fachin julgou que a 13ª Vara Federal de Curitiba, origem da Operação Lava Jato, não era o órgão competente para julgar as ações que envolvem Lula. Apesar da decisão de Fachin, Gilmar Mendes pautou para esta terça-feira o julgamento da suspeição de Moro na Segunda Turma.
“A gente tem alguns tipos de nulidade. A primeira é a absoluta, aquela que não consegue lidar de qualquer forma, que precisa ser extirpada do processo. E há aquelas chamadas nulidades relativas. A competência territorial é uma das nulidades que pode ser convalidada porque não estraga a prova do processo, mas vai estragar o que se chama de atos decisórios”, explicou Salles.
De acordo com o criminalista, foi isso o que Fachin fez. “Ele [decidiu] que as provas devem continuar no processo e que todos os atos decisórios que advieram do juiz incompetente devem ser anulados. Mas podem ser eventualmente convalidadas pelo juiz devidamente competente.”
Publicado originalmente na CNN Brasil.
Deixe um comentário
Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados com *