Nunca foi tão fácil

Por Luiza Oliver e Claudia Bernasconi

“Imbrochável”. “Não sou coveiro”. “Se não tivermos voto impresso, vamos ter um problema maior do que os EUA”. “Covid apenas encurtou a vida deles”. “Alexandre de Morais é um canalha”. “Ou o chefe desse poder (STF) enquadra o seu ministro, ou esse poder pode sofrer aquilo que não queremos”. “Qualquer decisão do Senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá”. “Quero dizer aos canalhas que nunca serei preso. Ou esse Ministro se enquadra ou ele pede para sair” “não posso participar de uma farsa como essa (eleição) patrocinada pelo TSE”. “Se tudo tivesse que depender de min, não seria este o regime que estaríamos vivendo”

É contra isso que temos que votar domingo. É urgente que levemos a sério o que foi dito e redito em toda a vida de Jair Bolsonaro e repetido, entre tanques e palanques, durante os últimos quatro anos, enquanto chefe máximo do Poder Executivo.

Passou da hora de deixarmos de normalizar o absurdo e de relativizar as ameaças. É preciso resgatar o Brasil para os parâmetros mínimos de civilidade, de respeito às regras do jogo e às instituições democráticas. É urgente que, nas urnas, respondamos com veemência aos arroubou autoritários, às intimidações golpistas e ao escárnio com as regras básicas de um Estado.

Essas eleições não são sobre ideologia de esquerda ou de direita, não são sobre política econômica liberal, ou conservadora. O recado nas urnas é outro: não se admite ameaça aos Poderes da República, não se ameaça a soberania do voto popular. Não se faz chacota diante de 680 mil mortos. Presidência é coisa séria. Não é coisa para fanfarrão inconsequente e muito menos para quem flerta “com outro regime”.

Domingo é sobre isso. Resgatemos a democracia; o Estado de Direito; a normalidade e a civilidade. Em 2026, a gente volta a discutir direita e esquerda.